segunda-feira, 21 de março de 2011

AULA 6

AULA 6 - INVASÃO DO COMPLEXO DO ALEMÃO
por Ana Beatriz Meyer

A invasão do Complexo do Alemão, norte do Rio de Janeiro, foi anunciada dia 26 de novembro de 2010 (sexta-feira), porém só aconteceu no dia 28 (domingo), por volta das oito horas da manhã. Antes disso, um helicóptero da Policia Civil sobrevoou a área e policiais pediram calma e colaboração aos moradores, afirmando que sabiam diferenciar bandidos de moradores. Porém, todos foram minuciosamente revistados, desde crianças até transportes coletivos.

Cerca de 2.600 agentes participaram da ocupação, variando entre polícia civil, militar, federal, exército, integrantes do BOPE e da policia florestal, que vasculhou a área de mata que cerca a região. A operação, que consistia em apoio aéreo (um helicóptero filmava e mostrava imagens dos traficantes escondidos e o outro acertava alvos no morro) aos policiais, que simultaneamente invadiam o morro. O BOPE aguardava fora da operação, esperando para entrar com blindados da marinha, dirigidos por fuzileiros. Por volta das dez e meia, a polícia já havia chegado ao topo do morro, e a pouca resistência apresentada pelos traficantes deixou os moradores e a polícia preocupados com uma possível estratégia de contra-ataque.


A polícia cercou o morro e fechou seus acessos, impedindo o fluxo de entrada de moradores. Alguns deles, mesmo com medo do tiroteio, acompanharam o cerco de dentro de uma padaria (um dos únicos comércios abertos no local). O ápice de tensão se deu no início, no qual houve tiroteio entre polícia e bandidos, mas a grande preocupação era de que traficantes pudessem estar escondidos nas casas, usando moradores como escudo ou reféns. Cerca de 500 traficantes com armamento pesado estavam na região.


No total, foram apreendidos mais de dez toneladas de drogas como maconha, cocaína, crack e até ecstasy, mais de 100 armas, algumas desmontadas e outras sem condições de uso, uma agenda com anotações contábeis do tráfico, munição e medicamentos. Porém, não foi divulgado número de mortos, e pelo menos seis ONG’s elaboraram relatórios sobre as ações policiais, pois teriam ocorrido torturas, extorsões, desvio de armas e drogas e execuções de suspeito. Consta nesses relatórios que os policiais repassariam armas às milícias. Reclamaram que não houve investigação adequada às mortes e dizem que haveria uma “caixa-preta”, contendo informações sigilosas sobre a operação.


A invasão não teve muito destaque no cenário internacional, não foram publicados detalhes, e a imprensa diz apenas que a operação visa deixar a cidade mais segura para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016, que foi complexa e que envolveu cerca de 2.600 homens.

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